Centro de Museus de Buenos Aires

Poucos prédios em Buenos Aires podem resultar tão atraentes e evocantes como o que alguma vez foi a Cervejaria munich, no coração da Costanera Sul, vestígio de um passado de esplendor e promessa de um novo futuro.


Um universo de detalhes

Visitar essa construção que inaugurou-se em 1927 é quase como saborear. Cada passo pelos seus jardins ou pelo seu interior traz a surpresa de uma nova saliência, um novo desenho, uma figura que acompanha-nos como o amigo de uma época na que prestava-se mais atenção aos detalhes.


Um refrigerante na sombra

Desenhado por Andrés Kálnay (arquiteto húngaro emigrado à Argentina), o prédio da Cervejaria Múnich construiu-se no que era um dos passeios mais visitados pelos portenhos nas primeiras décadas do século XX. Nos dias quentes, todos ficavam perto da Costeira para tomar um banho.

A sombra relaxante e alegre (frequentada pelas mais importantes personalidades do momento) que oferecia a cervejaria aos poucos foi esvaziado até que em princípio da década de 1970, em consonância com a decadência geral da Costanera Sul, teve que fechar suas portas.

Depois de um periodo como Museu de Telecomunicações, o prédio finalmente passou, em 2002, a mãos do governo da cidade de Buenos Aires para ser o que hoje é: o Centro de Museus de Buenos Aires.

Tras um processo de restauração, o centro abriu as suas portas como parte do Programa de recuperação da Ribera e a Reserva Ecológica. Hoje, além de albergar a Direção Geral de Museus de Buenos Aires, funciona como centro de exposição, com um auditório para conferências, e como ponto de base de uma série de desenvolvimentos culturais que procuram lhe-dar uma nova vida à zona.

Paradoxalmente, o que alguma vez foi uma zona avandonada da cidade (antes ainda, centro de grande movimento) é hoje em dia um dos pontos mais pujantes e o que mais tem crescido nos últimos anos. Com suas contruções modernas, Puerto Madero tem muito para oferecer a quem quer percorrer.

Mas tem um lugar que estava aí, tradicional e assombroso. Se alguma vez valeu a pena ir a conhecer um prédio, é esse.